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terça-feira, 31 de julho de 2012

Greve dos caminhoneiros já prejudica alguns comerciantes em Campos

Há um dia de completar uma semana a greve dos caminhoneiros, já atinge reflexos em Campos, não só com o aumento nos preços de produtos como tomate e pimentão, mas em diversos setores do comércio.

O proprietário da Disparel, empresa de ar-condicionado revelou a equipe doSite Ururau, que muito antes do início da greve já pôde sentir os efeitos negativos do movimento. Edson Carlos contou que não pode ter um grande número de mercadoria em estoque e por isso, faz encomendas de produtos praticamente vendidos e tem perdido seu lucro, para honrar seu compromisso com os clientes.

“Para se ter ideia, normalmente eu mando uma mercadoria em garantia para o fabricante e recebo outra num prazo mínimo de 72 horas. Hoje estou levando mais de dez dias para ter uma resposta. Estou com mais de R$ 6 mil em mercadorias em trânsito. Na semana passada quase perdi um cliente, por que não consegui entregar o equipamento e para honrar meu compromisso tive que comprar no mercado local, por um preço muito mais alto, perdendo todo o meu lucro e ficando, inclusive, no prejuízo.” Revelou o empresário.

Apesar da greve da categoria que está insatisfeita com as medidas contidas na nova Lei 12.619, de 30 de abril de 2012, sancionada pela presidente Dilma Roussef, a fiscalização teve início nesta segunda-feira (30/07) na BR-101, em Campos.

Segundo o chefe em exercício da Delegacia da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no município, inspetor Braga, a fiscalização está sendo feita, como acontece normalmente, porém, com as mudanças na lei estabelecida.

“Ainda não foi programada uma fiscalização de grande porte, para não acirrar ainda mais a greve da categoria, apesar do problema maior estar acontecendo nos estados de São Paulo e Espírito Santo. A diferença é que nunca se fiscalizou o tempo que o caminhoneiro fica na estrada e a partir de agora, o motorista também é obrigado a portar uma planilha contendo o tempo de direção e descanso.” Disse.

As regras da nova lei estabelecem que os motoristas ficam proibidos de dirigirem por um período superior a quatro horas sem descanso mínimo de 30 minutos, devem ter um descanso diário de 11 horas a cada 24 horas e 30 horas semanais para motoristas empregados.

Para Braga, assim que houver um acordo e a crise for resolvida, a PRF irá ter os parâmetros para programar os comandos. “Entendemos que está havendo negociação entre as partes envolvidas e o impasse será resolvido, mas até a situação se estabilizar, temos que aguardar para nos programarmos melhor.”

Ainda de acordo com ele os caminhoneiros que não cumprirem as regras, podem ser autuados, terem o veículo e documentação apreendidos, além de pagarem uma multa no valor de R$ 127 e perderem cinco pontos na habilitação, por não cumprirem o tempo de descanso indicado.

 “As empresas devem programar uma forma para que o horário de descanso dos motoristas recaia próximo a um posto de parada, para que eles possam descansar durante as viagens.” Finalizou.

MPT INVESTIGA ATUAÇÃO DO SINDICATO PATRONALSegundo matéria postada na Agência Brasil, o Ministério Público do Trabalho (MPT) deve abrir nos próximos dias, investigações a respeito da denúncia de participação de empresas nas manifestações de caminhoneiros nas rodovias do país, iniciadas na última quarta-feira (25/07).

'É mesmo de se estranhar que trabalhadores lutem contra a implementação de um direito que lhes beneficia', disse o procurador Paulo Douglas Almeida de Moraes, que atua no Ministério Público do Trabalho (MPT) em Campo Grande (MS). 'O locaute (greve patronal) é uma conduta ilícita, viola a lei.'

Na última sexta-feira (27/07), duas confederações nacionais de trabalhadores do setor denunciaram publicamente a ocorrência de locaute.

O procurador informou ter recebido nesta segunda-feira (30/07) um e-mail da Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Paraná (Fetropar), no qual a entidade reproduz matéria jornalística em que dono de uma transportadora é apresentado como líder de um dos protestos no interior do Paraná.

'Isso [a possibilidade de locaute] muito nos preocupa, a denúncia é verossímil. Respeitando a autonomia funcional, vamos encaminhar amanhã representação sugerindo que o MPT do Paraná apure o caso', disse Moraes. 'Essas manifestações geram insegurança em um setor essencial e têm contado com o apoio, talvez involuntário, da mídia.'

REIVINDICAÇÃO DA CATEGORIAEntre as reivindicações do Movimento União Brasil Caminhoneiro está o adiamento por um ano da vigência da Lei Federal 12.619. O movimento alega que as exigências impostas pela lei são 'inviáveis por falta de infraestrutura nas estradas'. Sancionada em abril deste ano, a lei tornou obrigatório o controle de jornada de trabalho de todos os motoristas que trabalham no transporte rodoviário de cargas e passageiros.

Conforme a nova legislação, os motoristas devem fazer uma jornada de trabalho de oito horas diárias, com no máximo duas horas extras, além de uma pausa de 30 minutos a cada quatro horas trabalhadas. A lei alterou artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e do Código de Trânsito Brasileiro.

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